sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O mundo na palma da minha mão




Quando era pequenina quis ser muita coisa, como praticamente todos nós um dia quisemos. Quis ser professora, achava que era uma profissão nobre e que seria giro ensinar, existe algo melhor que ensinarmos os meninos e depois no fim sentirmos a “recompensa” deles com o carinho demonstrado pela professora. Também quis ser médica porque achava que era maravilhoso cuidar dos outros, tratar das suas feridas para ficarem bons e erradicar as doenças do mundo, existe algo melhor que cuidar de alguém e nos agradecerem porque lhes salvamos a vida? Também quis ser astronauta pois achava que seria maravilhoso ir para além do nosso mundo, “andar” no meio das estrelas, aquelas mesmas estrelas que eu ficava a olhar, todas as noites da varanda da minha casa a admirar o seu brilho, a sua beleza e imaginava como seria estar num plano que me parecia tão maravilhoso e quiçá, conhecer outros mundos, ver o pequeno planeta azul a ficar cada vez mais pequenino à medida que me afastaria, como se coubesse nas minhas pequenas mãos. Trabalhar nos CTT, na caixa de um supermercado, ser radiologista… enfim, uma data de profissões que naquela idade, imaginamos que queremos ser. Existe um leque de profissões à nossa escolha e podemos ser tudo o que quisermos. Tudo naquelas idades nos parece maravilhoso e encantador e é a descoberta de tudo. Então não seria bom atender os clientes, colocar o selo nas cartas e encaminhá-las para o seu destino? Não seria bom, passar as compras naquelas maquinetas que fazem “bip” fazer a conta e dar o troco? Até parece uma brincadeira como as que fazemos em casa. Ai, seria tão bom ter estas profissões do “faz de conta”. Acho que seria, mas… a diferença do antes e do agora, é que quando era pequenina tudo parecia simples, fácil, maravilhoso, era tudo cor-de-rosa e eram profissões de respeito. Agora que cresci, vejo que é tudo bem mais complicado do que deveria ser e o encanto de outrora morreu. Acho que a grande diferença é que o respeito morreu.
Os professores são agredidos enquanto ensinam os filhos dos outros, existe a pedofilia, existem os maltratos, existe quem nos faça coisas contra a nossa vontade, existe quem seja mau para nós…
Acho que a única que ainda passa, é ser Astronauta, embora muito difícil para qualquer um de nós o ser, é a que tem a melhor recompensa. Então não seria bom nos afastarmos, ir para um local onde pudéssemos limpar a mente, fugir dos problemas e ficar a admirar a beleza deste planeta azul?
Basicamente… ter o mundo na palma das nossas mãos.









1 comentário:

Vânia Duarte disse...

Gostei muito deste teu post. Está tudo tão certo que até arrepia. Quem me dera que a vida pudesse ser simples e tão prática como a que imaginamos quando somos pequenos. Tenho saudades da inocência sabes. Principalmente da inocência com que vemos as outras pessoas quando somos crianças.Enfim...gostei deste texto e também eu quis ser Astronauta,:-)

Beijinho grande****