Não, não é o meu vestido favorito e não, não venho comentar as nomeações nem os vencedores dos globos de ouro.
Venho falar sobre os “invisíveis”, aqueles que fazem muito e recebem pouco. Poucos agradecimentos, poucos obrigados, pouco salário, pouca atenção, pouco destaque, pouco tudo.
Se repararem na foto, existe uma senhora que passa, por trás da actriz, com uma pá e vassoura na mão e calhou ser captada pelo fotógrafo. E pus-me a pensar que realmente estas pessoas que tanto se dedicam, tanto se esforçam e tanto fazem para e pelos outros nunca recebem nenhuma atenção, muito pelo contrário, não existem ou então são tratados como escravos, mandam fazer isto e aquilo e que tudo tem que estar perfeito e mimimi. Se calhar, a coitada ainda levou raspanete por andar por ali, pois caso não saibam eles têm que ser mesmo "invisíveis".
O brilho dos Globos de Ouro, Óscares e afins, não se deve às “estrelas” que por ali passam, deve-se sim ao trabalho esforçado de cada uma daquelas pessoas que estão nos bastidores, a cada uma das pessoas que andam no meio daquelas vedetas a limpar o seu lixo e nem um “olá”, ou um “obrigado” recebem. Tudo é perfeito, porque houve quem trabalhasse com muito esforço para que tudo ficasse perfeito para, então, as “estrelas” desfilarem e se divertirem.
Quem fala disto, fala de coisas mais do nosso dia-a-dia e consegue-se encontrar muitas.
Quantas vezes estamos no café, restaurante ou uma estação de serviço e ouvimos a pessoa do lado a pedir seja o que for e nem se dignou a dizer bom dia e quando termina nem um “obrigado”. Custa assim tanto ser-se educado? Estão-nos a servir e o mínimo que podemos fazer é agradecer.
Vivemos numa época em que andamos a 1000 e é sempre tudo a 1000 e acabamos por deixar de lado certos valores, acabamos por não dar tanta atenção a quem nos rodeia e vamos caminhando para a solidão porque não permitimos que se criem pontes entre cada um de nós. Não temos tempo para olhar nos olhos dos outros e sorrir...
A época do homem das cavernas já foi, mas parece que com a continuação a moda é capaz de pegar.
Assim despeço-me com um grande Uga Uga.
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