terça-feira, 22 de setembro de 2009

Senhora de gelo



Curvei-me e apanhei os cacos partidos.
Curvei-me perante ti mais uma vez.
Baixei a cabeça as lágrimas cristalizaram, gelei no tempo
Fiquei assim, enquanto tu seguiste,
Partiste para a tua vida onde não havia lugar para mim.
Gelei, continuei gelada e vi-te a sorrir para alguém.
Um sorriso caloroso, agradável, alegre, pintaste a vida de alguém com cor.
Eu vi e continuei gelada, tremi, quis chorar, mas estava gelada.
Por dentro acumulou a dor, a mágoa de perder alguém…
Ou será que me perdi a mim mesma?
Eu vi e ainda vejo o teu sorriso, eu vi e ainda vejo o teu olhar e quase que consigo sentir o toque que nunca existiu.
O sol brilhou, luz dourada reflectiu nesses cacos, luz linda, brilhante, vibrante, quente, acolhedora.
Senti-me a aquecer, derreti, as lágrimas caíram, peguei nos cacos e juntei-os todos, cacos esses que se chamam coração
e num deles está o teu nome gravado... para sempre.
Hoje,... hoje o sol brilha para mim.